quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Espera

E você espera. Você espera que te olhem e reflitam em você o melhor que podem ser. E novamente espera.
Você espera que o que te mostrem seja realmente o que consiga ver. E você continua esperando. Você espera porque a angústia de esperar é viciante. E a de dar o primeiro passo é assumir o risco de desistir. E é isso que você espera. Você está esperando não desistir. E aí você se pega ficando sempre na espera. Mas, espera, não é pra viver?

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Bifurcação

Eu não fiz esse caminho no qual sigo. Não te sigo no que você caminha A gente se cruzou, bateu de frente e tropeçou um no outro. Mas foi só. Será sempre só que cada um vai caminhar. Lado a lado num trecho ou outro. Numa ruela quem sabe até dê pra entrelaçar as mãos. Num correio deixar uma carta pra quem chegar primeiro poder entender as tantas despedidas dessa vida. Quando chegar, se puder ligar avisando, fique a vontade. Se estiver na estrada observe bem as paisagens para que eu possa enxergar a tua maneira cada pedrinha que você colocou os pés. Sentirei falta de andar com um rumo certo, não duvido. Mas sei que onde eu posso chegar agora vai me limitar a chegar onde realmente pretendo; A verdade é que em cada esquina que viro desisto do destino que tava na próxima, o qual viria se eu tivesse seguido reto. Cada avenida corta uma vida. E a sua vida está entrelaçada na minha, mas, sua avenida não sai na minha rodovia.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Tudo o que você esqueceu que eu já tinha avisado

"Se a gente for lembrar que no começo eu já tinha avisado?
Não, tudo bem, não me arrependo de ter tentado.
Mas já parou pra ler tudo que te escrevi?
Prestou atenção em cada soneto que eu lhe fiz?
Nunca falei de amor por sentir o que era
Sempre deixei claro que nunca o tivera.
Sim, eu quis tentar
Guardei o melhor que pude para lhe dar.
Não dei, não floresceu
Antes mesmo de nascer teve que morrer.
Mas dai você me olhar com tanta raiva no olhar
E esquecer de tudo que viveu?
Não há justiça em ser quem você é,
Ou talvez haja justiça em tentar se perder de quem és
Se isso lhe aproxima do outro do jeito que você sabe que precisa.
Do jeito que você sabe que quer.
Mas a gente se culpa
Porque não há desculpa melhor que essa;
A gente joga a culpa na vida porque ela não vem escrita
Num roteiro de um cineasta qualquer.
E a gente de figuração passa a ser o centro das atenções
E quem é que iria saber lidar?
Trocaria de papel com você, só pra você saber
Como é difícil não saber amar
E até onde isso ainda vai me levar."

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Escadaria

Estava lá no topo pronta pra começar a descer
Minhas certezas escorriam pelos meus dedos
E minhas cicatrizes não me amedrontavam mais.
Esse era o ponto de partida
A hora certa pra deixar o que me fiz pra trás.
Mas olhe só estou com o pé atrás.
Por que você foi tão cruel?
Por que não respeitou os meus degraus?
Subiu aqui tão depressa
E na mesma velocidade se foi, sem pensar no que ficou.
Ei, esse era o meu território e você não devia ter pisado.
Todas as fendas que eu possuo foram exploradas
E agora as minhas histórias parecem todas erradas.
Ei o que você quis aqui? Juro que não te compreendo mais.
E todos os demônios que iriamos expulsar?
Olhe bem, você se tornou um deles
Já pode perceber ao se olhar no espelho?
E quando a minha mente vaga procurando um apoio
Já não tenho mais no que pensar.
E quando o sol não nasce e lá fora só chove
Eu vejo a sua sombra da janela
Sei que me assombro com ela.
Não deveria me afetar
Lembro de achar que você seria o corrimão dessa escadaria
E agora vejo que era parte da tapeçaria
E nela eu acabo de tropeçar.


Maré

Quando menos esperei me arrancaram a boia da cintura 
E eu nem mesmo estava alcançando o chão, 
Não dava pé, era mar aberto.
Me peguei tentando fugir
E me desesperando já que não tinha pra onde ir. 

E todas as mãos que me seguravam quando insistiam para que eu me jogasse? 
E todos os pulos "de cabeça" que eu nunca soube dar? 
As mãos estão me envolvendo pelos calcanhares e me puxando para baixo; 
Os pulos ainda me dão calafrios e eu sempre caio de barriga.. 

Aprendi a nadar ou só a me manter na superfície? 
Em dias tristes vejo a água ultrapassar a altura do nariz
E eu sempre me salvo por um triz. 

Mas por que os meus dias felizes não me dão uma trégua? 
Não me levam a margem? 
Ou me trazem um bote? 

Compreendi que não sou totalmente feliz
E que essa maré está dentro de mim. 
Minha mente é meu satélite natural
Não há chances de ser igual aqui e nem ai. 
Por isso que enquanto alguns se afogam, 
Eu ainda tento acreditar em mim


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Se pudesse, sentiria

"Ah, se pudesse saber como seria bom viver aqui deitada no seu peito enquanto escuto a sua respiração falhar quando tenta manter a afinação da tua voz numa bela canção. Ah, se pudesse provar do seu beijo toda manhã e não desejar me alimentar de nada mais. Ah, se pudesse tornar você dono dos meus pensamentos e fazer dos meus medos um só: de te perder. Faria tudo isso. Me tornaria sua, te aceitaria como meu. Gostaria de poder tudo isso. Gostaria de sentir arrepios, borboletas no estômago, calafrios na nuca e pulsações incontroláveis por alguém. Por você, pra ser mais exata. Mas não posso. Não consigo. Não passaremos de amigos. Sei que dizem que o amor vem com o tempo - não discordo, pois o tempo é o que mais me encoraja a esperar por ele - e que a convivência pode mudar muitas coisas. Só que eu não estou disposta a perder o que tenho de valioso só por vaidade. Tudo que recebo e retribuo é sincero. Não quero iludir, não quero mentir e muito menos, decepcionar você. Parando por aqui nos resta a eterna sorte de termos nos encontrado. Agora se tentar ir mais além, de novo, é um regresso e você acabará odiando ter me conhecido. Vai por mim, aceita esse riso e me dá aqui a mão, amigo."

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Anjo

Mas eu tenho um monte de coisa pra lhe contar.
Só não queria lhe encontrar nesse lugar.
Flores ai se deitam
Sentimentos aqui se ajeitam
No peito há conturbadas incertezas
Na escuridão a saudade se deita.
Bom saber que eu vivi
Ruim é sentir que teve fim.
Nunca irei me esquecer
Das palavras doces que se referem a você
Há tempos em que eu queria aqui deitar
Para seus braços novamente encontrar.
Matar essa saudade
Sem precisar morrer
Era tudo o que eu gostaria de poder fazer.
Meu anjo está calado
Num cemitério acorrentado
Ei anjo não posso aqui voltar.
Aqui não é nem o meu, e nem o teu lugar.
Guardarei em mim o quanto foi bom lhe ver
E partirei agradecendo a chance de ter lhe visto viver.


Todo dia eu lembro de você. Todo dia eu gostaria de ver você. Há uma saudade que não consigo controlar e em todas as noites que eu ainda vou chorar sei que pela manhã serei feliz por saber que soube lhe amar.

Saudade, saudade e saudade.
Amor, amor e amor.

Te amo Weliton. Te amarei pra sempre melhor amigo.

Obs: Você não está no cemitério acorrentado - escrevi isso porque o sentido do texto me pediu. Você é livre pra morar em todos nós que lhe amamos. Mais um te amo porque nunca me canso.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Lá se vai

Eu soltei a sua mão quando deveria apertá-la
Eu corri pro Sul quando o Norte me chamava. 
Mas meu bem , posso jurar
Quase senti. 
Vi de perto o amor
Mas preferi me omitir. 
Lá se vai o pássaro com a paz e tormenta que não conheci.
Lá se vai aquele que era o melhor pra mim.

Se chamar você volta? 
Se voltar, será que fico? 
Cansado de indecisão
Sei que deveria ser mais precisa 
Mas é que quando vejo me vem um receio
Penso logo no que me dá medo
E esqueço dos meus reais desejos.

Mas se eu disser que queria mesmo sentir
Meu amado, só seria por ti. 
Sentiria-me infinita
A rosa mais bonita desse jardim.
Se eu chamar você traz de volta, 
Tudo que plantou em mim?

Lá se vai o pássaro levando tudo que é florido;
Lá se foi a sorte de um amor correspondido.