sexta-feira, 26 de julho de 2013

Preocupante

Eu sou uma dessas pessoas que quando alguém lê o que escrevo, meio que se preocupa comigo. E isso é preocupante.

Mas, relaxem, é de mim.

Acho complicado.

É complicado ser sozinho nesse mundo onde as pessoas dão as mãos.
É muito complicado de entender o porque você não consegue simplesmente entrelaçar os dedos.
Eu penso que seja pelo fato de entrelaçá-los e, se sentir ainda mais sozinha. Ainda mais pela metade.
Acostumei, não se preocupe. Quem sabe amanhã, desacostume? Vamos esperar pra ver.

Acho fácil.

É fácil chorar todos os dias antes de dormir afinal, quem não tem um chefe mala, um amigo que está com problemas, uma pessoa doente, um parente que se foi, ou, um amor que não correspondeu?
Chorar é fácil e rotineiro. E sem dúvida, lava a alma - depois de afogá-la, mas, lava.

Acho difícil.

Difícil é sorrir.

Acho difícil e acho fácil.
Sou uma confusão só.

Não, sorrir não é difícil - de forma conclusivamente passiva. Posso dizer isso porque já cansei de sorrir - de verdade - em momentos que me sentia muito triste.
Sorri com uma criança que desceu correndo do ônibus e ajudou a avó a descer a sacola que estava pesada e, sorriu pra mim.
Já sorri por ajudar uma senhora a carregar uma sacola por meia quadra e ouvir ela me dizer que eu era um anjo.
Já sorri quando estava no ponto de ônibus e fui pega desprevenida pela chuva e uma moça me chamou para debaixo do seu guarda-chuva.
É muito fácil sorrir com gentilezas.
É muito fácil se sentir útil sendo e recebendo gentileza. É puro. É desintoxicante. É raro.

Acho que difícil mesmo é manter o sorriso. Difícil mesmo é conseguir manter aquela fagulha, que é o motivo do sorriso, acesa quando ventos querem transformá-la em brasa: num sopro virando cinzas. Mas, é como uma fala do filme "O príncipe da Pérsia" diz: Difícil, mas, não impossível.

Pois é.

Há solidão,
Há companhia.
Há desamores,
Há amores.
Há tristezas,
Há alegrias.
Há morte,
Há vida.

Há vida? Então porque não se vive? Preocupante isso ai...

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Eu vi

Vi a garota no filme sofrer porque iria morrer e estava vivendo o hoje, mas, desejando o amanhã.
Vi o garoto se machucar e se curar na mesma velocidade por amar a mocinha.
Vi o irmão perdoar o outro e serem novamente uma família.
Vi o tempo passar e curar todas as feridas.

Mas, vi o que foi escrito para acontecer através de pessoas: escritores e roteiristas.
Diretores guiando os passos e atores conseguindo deitar a cabeça no travesseiro e sonhar com a próxima cena que é, no minimo, já esperada - boa ou ruim: esperada.

Eu gosto tanto quando vejo um filme ou leio um livro e penso "Nossa! Não! É bom mas....". Isso me tira um peso e me faz acreditar que foi real aquilo. Que feliz ou triste, aquele era o final da história. Pertencia a ela apenas. A história nasceu pra isso. Isso me encanta, me põe a cabeça nas nuvens e me mantém de pé no chão. Gosto do inesperado mais do que o premeditado. Só não sei o porque premedito tanto. Fico medindo as palavras, disfarçando os meus reais medos, botando pra fora metade de mim, e, me afogando na metade que é tempestade, que me transborda.

 Eternos conflitos.

Quero chorar, mas, vou sorrir.
Quero falar, mas, vou guardar.
Quero gritar, mas, vou calar.
Quero fazer, mas, vou sentar aqui.
Quero errar então vou me redimir.
Quero viver, então quase morri.

E você,
Consegue "se dirigir"?

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pior cego é aquele que não quer ver

"Quando enxergo por baixo dessa tua máscara e,
Suas garras me perfuram o coração,
Eu posso ver querido, tudo desmorona ao meu redor
E tudo que ouvimos é o eco de tudo que caí bem aqui dentro
Não seja tolo, estamos no chão
Você é capaz de largar minha mão e cair sozinho?
Você é capaz de voar sem mim?
Você está sendo tolo, é tudo o que eu quero te fazer perceber.
Todos os mesmos erros rotineiros
Todas as mentiras que me diz para que eu durma tranquila.
Está tudo errado e elas não me tranquilizam mais
E eu já nem posso evitar suas garras
Você me fere com o olhar
E eu estou tentando apenas ser cega sobre isso
Mas querido, estou me sentindo igualmente tola"


Meados de 2011, há coisas que já foram superadas antes.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Distante

Nunca fui capaz de deixar alguém entrar.
Não tenho essa chave e estou trancada do lado de dentro.
Você parecia capaz de arrombar a porta mas,  preferiu o apartamento da frente.
Que sejam felizes. Lhe enviarei cartas contando o quanto os meus novos quadros são bonitos e em como eu levo a vida de forma bem alternativa. Lhe contarei da saudade que eu sinto de sentir e, sorrirei com suas respostas que nunca chegarão.
Aproveitarei bem a vida aqui, no meu porão.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Perdendo os sentidos: ganhando vida

E todas as vezes que chorei quando queria sorrir?
E todas as vezes que foram ao contrário?
E todas as vezes que senti e tive medo?
E todas as vezes que senti medo dessas vezes em que senti? 
E quantas vezes não senti e isso era o suficiente?
E quantas vezes o suficiente foi tudo que senti?
Minha cabeça tem um nó que não consigo desatar.
Talvez precise que alguém me ajude
Mesmo achando que, não deveria precisar. 
Quando vejo todos os rostos que transmitem amor verdadeiro,
Me sinto uma ilha: rodeada e só o que resta é, explorar o interior.
Só que não sei se me resta essa saída.
Cada vez que chego mais fundo de mim
Mais fujo de mim.
Mais finjo a mim. 
Sou perigosa sozinha.
Embora ache que a companhia não mude isso.
Ainda seria capaz de ferir alguém,
Assim como sou capaz de ferir a mim.
Eu acho que deveria sorrir ao primeiro sorriso mas,
Acho que esse sorriso deveria vir mais facilmente.
Mas, e se eu sorrisse primeiro?
O outro poderia me acompanhar apenas, sorrindo de volta?

Por onde andei? No que acreditei?
Tudo que eu sempre quis parece estar caindo por terra. As convicções do que era melhor estão agora, parecendo ser apenas uma fuga. E eu pareço estar cansada, ofegante demais para seguir fugindo.
Mas, ainda não sinto que aqui é o meu lugar e que essas pessoas são as certas. Eu só queria, um único dia que fosse, me sentir bem aqui. Me sentir daqui. Me sentir de alguém. Me sentir de mim.

Enquanto eu corro aos tropeços, anseio por um borrão lá na frente, com as mãos estendidas fazendo sinal de fim da linha. "Pare. Você chegou. Demorou mas, encontrou o que estava lhe esperando. Encontrou o que lhe foi guardado esse tempo todo. Toma, teu coração tá aqui. Vá em frente. Enfrente. E dessa vez, sem armadura e escudo. Essa luta não carece dessas armas"





  

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Tudo uma bobagem, mera ilustração

Eu pensei que não poderia escrever sem sentir,
Nem falar, sem pensar;
Nem agir sem querer;
Nem mentir pra viver.

Achei que já que tinha pouco a acrescentar, deveria parar de insistir.
Mas lembrei que as ondas são menores que o mar e que, mesmo assim
Fazem ele ir e vir, repensando onde se expandir.

Não pude fazer você sentir o que tinha planejado mas,
Fico feliz em saber que tive, amado.