segunda-feira, 24 de junho de 2013

Não sei ao certo onde lhe cabe

Corríamos de todos. Eu sentia a areia pinicar a minha pele. Era noite e você levava uma mochila nas costas e me puxava pela mão. Meus cabelos voavam com o vento e eu me sentia distante de todos menos de você. Por um momento senti como se fosse dar certo. Senti mesmo, posso lhe jurar. Senti que era a hora certa pra deixar alguém entrar. Pra viver um pouco mais. Por um pouco mais, eu diria. Nós sorriamos e acreditávamos que íamos longe. Que estávamos realmente longe daquela realidade inventada, dos poucos sonhos, dos poucos amores e da pouca esperança no olhar que eles carregavam. Estávamos tão próximos do eterno que nos demos conta, assim de repente que ele não existe. Demos conta de que estávamos levantando voo, sem asas. Que era apenas o vento que nos dava essa sensação de alivio, leveza e vontade de se deixar levar. Foi uma ventania de fim de noite que pela manhã virou brisa gelada o que, não impede que venha tempestade por ai. 

Não sei se sonhei ou acordei com tudo isso. Só sei que se pensei, foi porque senti. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário