sexta-feira, 28 de junho de 2013

Fui, me deixei por aqui

Houve um tempo que eu só passei pela vida. Que nada fazia, nada dizia e nada sentia.
Lembro-me desse ser o pior período que já vivi. 
Coisas me afetavam, pessoas me magoavam e eu só dizia "ok, está tudo bem" 
E não estava. E não ficaria.
Eu demorei pra aprender a lição. 
Eu demorei pra andar na contramão
Demorei mais ainda pra me ouvir.
Mas agora acabou. Não só estou ouvindo, como também estou falando. Estou sentindo.

Descongelei.
Não sinto mais dormência.
Já consigo retirar as mãos do meu pescoço, já não permito que eu mesma me sufoque.
Já consigo ouvir um coração pulsando e uma voz me chamando.
Eu estou finalmente encontrando comigo mesma.
Estou descobrindo quem realmente sou e, notando que não há mais conflitos a repeito disso.

Descobri
Que posso errar porque, todo mundo faz isso.
A diferença é que preciso sempre querer acertar.
Preciso colocar os meus medos no lugar deles
E deixar que os meus sonhos assumam o controle.

Desisti
De tudo que tentou me impedir de chegar aqui.
De tudo que de alguma forma, segurou os meus pés quando tentava seguir em frente.
De tudo que não me cabe mais acreditar.
De tudo que não consigo mais controlar.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Não sei ao certo onde lhe cabe

Corríamos de todos. Eu sentia a areia pinicar a minha pele. Era noite e você levava uma mochila nas costas e me puxava pela mão. Meus cabelos voavam com o vento e eu me sentia distante de todos menos de você. Por um momento senti como se fosse dar certo. Senti mesmo, posso lhe jurar. Senti que era a hora certa pra deixar alguém entrar. Pra viver um pouco mais. Por um pouco mais, eu diria. Nós sorriamos e acreditávamos que íamos longe. Que estávamos realmente longe daquela realidade inventada, dos poucos sonhos, dos poucos amores e da pouca esperança no olhar que eles carregavam. Estávamos tão próximos do eterno que nos demos conta, assim de repente que ele não existe. Demos conta de que estávamos levantando voo, sem asas. Que era apenas o vento que nos dava essa sensação de alivio, leveza e vontade de se deixar levar. Foi uma ventania de fim de noite que pela manhã virou brisa gelada o que, não impede que venha tempestade por ai. 

Não sei se sonhei ou acordei com tudo isso. Só sei que se pensei, foi porque senti. 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Suavidade

Tô precisando de saudade.
De suavidade
De sorrisos bobos ao ler mensagens.

Tô precisando de espaço
De suavidade
Porque não me cabe só ser saudade
Preciso ser lembrada;

Tô precisando me soltar
Tô precisando de suavidade
Pra mostrar pro mundo que
Saudade é a tua metade
Louca pra te completar.

Suavidade é aquela verdade
Que eu tô louca pra contar.
E sei que só você
Pára pra me escutar.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Existem mais de mim

E então é desesperador. É desesperador ver que não há cura. Que eu vou ter que lutar contra isso todos os dias da minha vida como se fosse uma doença terminal. Doença...seria isso uma doença? Não sei, talvez uma depressão? Mas não me sinto depressiva pois, não perdi vontades e nem me sinto incapaz para realizar nada. Mas eu sinto como se fosse na alma. Que é lá que está o problema. Que é lá que existe uma fenda escura da qual não consigo sair. Meus sentimentos ruins estão presos lá e, eu não consigo aparentar nada mais do que gentiliza aos outros. Mas não quero ser gentil diante de certas coisas. Eu quero gritar! Eu quero apontar o maldito dedo na cara e dizer que sim, eles estão errados e assim não vai funcionar! Então, por que só consigo dizer o que eles querem ouvir? Por que eu faço isso e me sinto uma pessoa horrível depois? Não sei. Simplesmente, não sei.
Eu caminho sozinha com meus próprios erros e poucos acertos. Eu fico pensando depois de ter dito e, choro depois de perceber tudo o que eu perco ao ser assim. Eu choro por ter feito de mim mesma um oceano de compaixão para com os outros e, a mim mesma, ser um poço: escuro e muitas vezes vazio.
Eu acredito que esteja em um barco que poucos conseguem navegar. Alguns atracam e descem na ilha mais próxima porque não conseguem conviver assim. Outros desistem e se atiram em águas tortuosas e vão de encontro ao nada. Eu continuo porque sei que isso é o certo a fazer e que, talvez ao chegar no fim disso tudo, haja um arco-iris depois de tantas nuvens e, eu encontre o porto certo para baixar âncora.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Deixar de ser

Quando olho pro céu e não o vejo azul, sei que começou.
Começou tudo de novo, de novo.
Me pergunto quantas vezes terei de ir e vir por esse mesmo caminho.
Me pergunto se já passei por alguma saída que, me foi passada despercebida.
Não quero estar aqui e nem assim.
E se for pra ficar, que não seja assim.
Eu estou me esforçando.
Juro que estou.
Mas as vezes não se pode exigir demais a toda hora.
Não de alguém que já dá o "demais" dele todo dia.

Parece injusto, eu sei. Não digo que não é e, sei que é mesmo.
Mas continua ai, tentando.
Vai buscar uma saída (sim, de novo).
Se eu pudesse e soubesse onde fica esse beco, iria até ai.
Mas isso me foge do alcance e me deixa até meio triste.
Porém, fico feliz de saber que posso te encontrar fora dele.

E queria sentir que você quer sair.


segunda-feira, 3 de junho de 2013

É isso

Olho o quão longe cheguei e não consigo evitar um sorriso torto. Achei que fosse bem menos que tudo isso que eu sou. As vezes não acredito em tudo que fui capaz de deixar e superar. As vezes nem consigo acreditar que isso é real. Estive confusa desde que levantei mas, percebo que descobri algo que me fez espremer os olhos, atenciosa. Sentei na cama com calma e me encolhi. Tudo foi real. Eu tinha desistido de mim ontem a noite. Eu tentei desistir de tudo. Mas, o que me salvou? Quem me trouxe de volta? Não me recordo. Não consigo me recordar de nada. Só lembro de me sentir queimar por dentro. De estar ajoelhada   vomitando no banheiro e de não conseguir ouvir nada além dos meus próprios pensamentos negativos. Mas quando achei que já era, escutei uma voz. Essa voz se sobressaiu a minha voz negativa. Ela me dizia para olhar em frente e seguir na mesma direção. Mas de quem era aquela voz? E por que, só ela me resgatou? Por que ela não me disse tudo isso antes? Então senti meu peito queimar e percebi que aquela voz era minha. E que vinha dali, de dentro de mim. Então tudo clareou. Eu pude sentir algo bom. Eu sou o meu lado bom. E mesmo que haja inúmeras coisas ruins no meu lado bom, ele existe. E isso é o que faz toda a diferença. É isso que me salva. É isso que evita que eu me torne igual ao que eu detesto. É isso que me faz prosseguir nessa vida. É disso que eu preciso.