terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Mesmo que seja

Quando olho no quarto vazio aquele álbum que retrata tudo que foi vivido, a cada sorriso que eu não sei mais dar, eu derramo uma lágrima. Me pego chorando e me perguntando "cadê toda essa calma?" Onde estava a minha alma quando tudo isso se perdeu? Por que eu não fui capaz de recuperá-la? Por que eu não consigo mais não ser isso? Não ser esse erro que, só erra - oras, erro só tem essa função: errar. Só? Não. Erro apesar de tudo é um passo pro acerto. Erro é a tentativa. Nem que seja a tentativa de errar (mas, se a intenção é errar e se erra, é um acerto!) Sim, erro também é um acerto. É um acerto porque é tentativa. E qualquer coisa que se tente, é movimento. E quando você se movimenta você assume riscos. O de cair e o de ir mais longe. Eu levantei da cama com um aperto no coração pois notei que muita coisa que eu tinha, eu não tenho mais. E eu preciso lidar e aprender com tudo isso. Eu sei, você também sabe que "eu não sei lidar" é meu lema. Mas o "eu posso tentar" ainda existe no meu vocabulário. E palavras difíceis precisam ser ditas. Alguns corações precisam ser partidos para que algo seja sentido - mesmo que seja dor.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

O peso de ser um só

O peso que eu sustentava era realmente muito grande. Eu sentia as canelas tremerem e o meu coração se apertava na torcida por um não tropeço. Eu tropecei e fiquei a centímetros do chão e só não ralei mais que os joelhos porque você estava me segurando. Mas, e agora? Eu sinto o peso do mundo e o da sua ausência nas costas. Não só ralei o joelho como também a cara. Quantas foram as vezes que você disse "vai ficar tudo bem" e eu acreditei, só porque era você que estava dizendo? Hoje o seu "vai ficar tudo bem' é um "se vira", praticamente. Tudo bem, eu me viro, sempre me virei. Só que algumas páginas são pesadas e ter ajuda para virá-las é confortante. Eu só queria que você soubesse que algo muito forte está morrendo entre a gente e que, se amanhã partir de vez, eu sempre lhe desejarei o melhor. Hoje eu só estou estudando onde colocar o pé e em como prosseguir sem você. Não estou duvidando que consiga, só estou relatando que não queria que fosse assim.

"Alguns pedaços meus ficaram pelo caminho. Me sinto despedaçada e vazia, porém, sei que ainda posso seguir em frente e me preencher com outras boas coisas. Foi difícil não segurar a sua mão nessa densa escuridão, mas, confesso que não encontra-la na claridade doeu muito mais."

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Vagando

Onde está a calma que eu carregava em silenciosa conturbação?
Onde está a sala que eu pretendia montar nesse salão?
Hoje acordei tendo muito o que fazer, desci os degraus para poder voltar a crescer.
Existiu em algum momento um laço, um firmamento, onde tudo agora é pela metade.
São meias ideias, meios prejuízos, meias certezas e, meias mesmo, pela mesa.
Tudo fora do lugar.
E eu tô sem lar.
Tô na rua, tentando me encontrar.
Em nenhuma dessas portas eu tô afim de entrar.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O que é confuso

E não tente entender. É tudo confuso e está em mim, não cabe em você.
 Pode ouvir? Não. Pode ver? Não. E tocar? Com certeza não.
Prendo o meu cabelo e coloco a mão sobre o meu peito que está chiando, sim, eu sinto os primeiros sintomas da angustia. Eu sinto os dedos se atracarem no meu peito em uma involuntária saída.
Não se tenta parar o que corre em sua direção, ou você corre junto ou, se mantém parado e reza para não ser atingido.
Consigo ouvir a chuva. Eu sei, aqui dentro não faz sol. Nunca fui primavera como agora, mas o inverno eu conheço bem. Estou transbordando e essa maré viva que me tornei me sobe pela traqueia e me bloqueia a voz. Como eu posso estar queimando, se ainda me sinto afogar?
Estou tentando ouvi-los, estão abafados e são muitos ao mesmo tempo. Mas o medo é o mais alto, é o que mais faz barulho. E eu estou ouvindo ele agora.
Me desculpa, algumas lágrimas irão cair por aqui agora, mas, outrora eu volto com outra companhia, ou a alegria ou a dor.
Meu paladar experimentou uma vez tudo isso e olha só, a solidão pela primeira vez, me pareceu uma saída tão só.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Canção de mim mesmo

Ouve um ruído e tudo aqui dentro havia se partido.

Estou confuso.

O quanto sorri?
O quanto chorei?
Quando nadei?
Quando me afoguei?

Estou perdido.

Onde eu estou?
Quem me salvou?
Que abismo me abrigou?
Meu peito silenciou?

Sentindo.

Ainda estou vivo.
Meu sangue latejando,
Meu corpo esquentando,
Meu coração pulsando.

Estou transbordando.

Quando passei por sua floresta, tive medo do que vi.
Quando nadei no seu lago, não tive certeza de querer partir.

Estou sozinho, de novo.

Tudo que eu quero é correr e encontrar motivos para não parar.
Eu fechei os olhos pra luz que pode me cegar,
Mas essas raízes ainda podem me entrelaçar.

Buscando.

Então eu vou parar.
Vou tirar os chinelos e me permitir descansar embaixo daquela árvore.
Vou esperar o medo tomar conta dos meus pensamentos bons,
Porque só assim eu me sinto normal.
Só assim me leio por completo.
Só assim eu banco o "repleto"

Repleto de dúvidas, de sonhos, de amores, de medos e dos maiores temores;
Eu fico repleto de mim mesmo.
E me divido ao meio mas, mesmo assim repleto, sou inteiro.

Ouço a canção de mim mesmo
Que me diz o dia inteiro
O quão é difícil
Dar "play" em si mesmo
Enquanto existe uma sinfonia
Bem mais bonita
Em que só a sua melodia
Não encaixa.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Ser Casa

As pessoas são casas de sentimentos. E o mundo é um grande condomínio residencial. Não existem edifícios, as casinhas são todas na horizontal. Em algumas você entra pois o jardim lhe chama atenção, mas, você não consegue ficar porque o interior é muito bagunçado e o mofo já tomou conta das paredes que não podem mais ser restauradas. E há aquelas que o jardim está morto e a vizinhança diz que está abandonada, e, quando alguém resolve explorar o seu porão, descobre que lá existem paredes muito sólidas e uma chaminé capaz de aquecer mais de um ambiente. E então você descobre que embora algumas casas contenham muros, as vezes ultrapassá-los é o que impede que toda a arquitetura perca toda a beleza. Porque toda casa é bonita. Mas nem todas, são aconchegantes.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Linha

Existe uma linha tênue sobre os meus pés.
Minha sanidade nos meus calcanhares,
As vozes no dedinho do pé.
Se paro, caio pra algum lado;
Se sigo me perco;
Se volto, não parece certo.
Como manter o controle se tudo o que eu quero é correr pra longe?
Tenho controle sobre os meus pés,
Mas não sobre a minha direção.
E que diabos adianta ter como ir, se não sabe-se pra onde ir?
Então devo me arriscar? Ou parar por aqui?
Cada coisa a ser feita terá um peso sobre mim,
Cada ferida aberta será uma nova cicatriz.
De onde eu tiro tanto medo?
Por que a vida tem que ter tantos segredos?
Vou ficar por aqui, afinal ou caio,
Ou a linha irá partir.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Insistir

Eu escolho escrever nossa historia
Começo com algumas linhas
Onde cito o quanto sorrio do seu lado.
Na praia andamos de mãos dadas
E os pássaros voam com total liberdade
Mas não te sinto mais.
Onde você foi?
Do que se tornou capaz?
Por que nos seus olhos azuis eu juro ser capaz de acreditar
Mas quando você os fecha, posso me ver sangrar.
Foi tudo mentira?
Ja foi real?
Quando te puxam o tapete mais de uma vez
Você anda sobre cacos de vidro
E nem o que foi vivido lava a alma.
E por que não desisto?
Por que não sigo em frente?
Eu não consigo controlar o volume da minha mente.
Me pergunto quando isso acaba
Ou se acaba.
Enquanto isso continuo insistindo
Em querer andar de mãos dadas.
Em acreditar que o que eu escolhi
Vai ser o suficiente pra mim
E me apego ao que no começo te vi sentir.



quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Fui tempo, serei eternamente lento

Eu te vi sentada e você chorava
No último degrau daquela escada;
Soluçava, cobria o rosto quando alguém passava
Mas já sabia
Que nunca adiantava;

Eu não passei rápido naquele momento
Mas acredite,
Eu ainda lamento.

Não foi fácil aceitar que eu tinha que esperar
Que você tinha que aprender,
Quando eu já conseguia ver
Que você desistia de viver;

Você não olhava em volta,
Fixava numa parte
Que você já não tinha mais,
E assim perdia
Tudo o que poderia ter sido capaz.

Mas pequena,
A vida ainda vale a pena
E apesar dessas dores
Do seu rímel no travesseiro,
E do olho inchado no espelho
Vai passar.
Porque é isso que a vida faz:
Ela passa!

Passa veloz,
Dá uma pausa;
Dá um nó,
Logo solta.

Pequena não posso te ajudar,
Mas tenta olhar pra frente
Porque por mais que o passado te atormente
O futuro lhe deseja paz.

E eu sigo na velocidade de sempre,
E espero que se atente
Ao que vai deixar escapar.
E que se lembre:
Serei sempre capaz de curar.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Sinto muito, por tão pouco

Abre a palma da tua mão,
Olha em outra direção
Consegue enxergar?
O que eu te dei, você não guardou?
E o que faltou, vai sempre me cobrar?
Houve uma vida inteira,
Vários anos em que eu fingi concordar com a direção que você seguia,
Por que agora não aceita a minha?
Por que só agora está se sentindo sozinha?
Eu trilhei um caminho na minha mente
E nele você estará sempre presente
Se eu te guardasse numa caixinha,
Você não gostaria;
Se eu te colocasse em uma gaiola
Te privaria da liberdade
E mesmo assim, você não seria só minha.
O mundo é muito grande,
Mas o canto que te reservei é seguro.
Desculpa se alguns oceanos em mim estão transbordando
É que sou maré viva,
Tanto volto quando vou.
Mas peço que preste atenção
E sempre lembre
Que o que se viveu não se apaga,
Mas o que vem pode nunca ser escrito.
E eu nunca gostaria de não ser mais seu amigo.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Eterna confusão

E eu posso me descrever como uma eterna confusão.
Sem Caio, sem Tati, sem Clarice Falcão.

Sou triste nos meus dias felizes;
Sorrio quando cai uma lágrima.
Soletro enquanto desço a escada
Palavras que me tocam a alma.

Foi amor,
Foi verão,
Foi inverno
Bateu a solidão.

Senti falta,
Senti medo,
Sem anseio
Quis experimentar.

Mas foi maré?
Ou foi riacho?
Porque pra onde eu olho,
Não te acho.

É carência,
Ou foi competência?
Deixou um vazio,
Ou é só um espaço a ser preenchido?

Nos meus dias de domingo
Que antecedem o meu tédio
Te desenho no meu Ipad,
E sorrio porque te trago de volta
A minha porta e, a gente ri
Porque a nossa vida é tão torta

Canto escuro

Existe uma névoa, eu caminho mas ela não se dissipa.
Ela me trava, me envolve e me cega. 
Não há direção, todo canto é um borrão.
E eu posso sentir o meu coração em minha mão. 
Onde mora o medo? E tudo que eu desejo além dele, onde se esconde?
Se eu achar essa cabana e ela estiver caindo aos pedaços, posso reconstruí-la? 
Onde moro, pode ser um abrigo?
Porque em dias frios eu sinto um arrepio e não consigo dormir.
Em dias quentes eu insisto em colocar a cara pra fora da janela e o que me espera me congela. 
Eu moro num canto escuro, onde o sol me toca em faixas que a persiana distraída deixa entrar.
Aqui é frio, mas, é seguro.
É um canto escuro onde eu me escuto e emito o minimo de som possível.
Não gostaria de ser tão silenciosa, mas a minha porta estão a guardar.
Ouço vozes quando solto um sorriso e logo me torno a calar. 
Sou uma luz que poucos enxergam.
As vezes estou sólida mas o medo não permite que me achem no corrimão da escada. 
As vezes estou liquida, mas, não há sede a ser cessada; 
E é por isso que nesse canto escuro eu respiro e aguardo,
Há uma luz no seu quarto, 
Não demore a encontra-la 
Ela tem uma mente perturbada 
Mas sabe achar a saída 
Num labirinto que fica no fim dessa escada. 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Encontros

Eu já disse tanta coisa, já fugi tanto do assunto.
Já brinquei e já falei sério.
Mas você dificilmente é lerdo;

Já sorri, já quase chorei.
Me angustiei e me aliviei.
Tudo isso em um segundo
Só ali, sentados juntos.

Eu gosto de te ouvir falar,
Me sinto confiável.
Eu gosto de ver você fitar o mar
E principalmente de imaginar o que você está a pensar;

Shopping, Praça;
Praia, Casas.
Já passei por aqui antes
Mas não estão iguais.

Ei, espera ai
Não é você que falta?
Que tal marcar um novo encontro?
Só não me lembre de pontos
Porque eu morreria de rir.

Eu ando sentindo a sua falta,
E ficando mais feliz
Por saber que posso matá-la.

Se você se for, vai ficar tudo bem também ok?
A gente vai continuar falando de solidão,
Pra um dia aprender a largar as mãos.

Cedo ou tarde a gente vai acabar do mesmo jeito:
Sentado rindo da sociedade que ainda acredita
Que pra aprender a amar já é tarde.

Eles se perguntam

Por que o dia todo?
Por que não só hoje? 
Ou por que não esperar por amanhã? 

Eu respondo. 

Porque o meu dia todo precisa ser salvo.
Não é só a minha manhã,
Nem só a minha tarde;

Porque eu ainda quero ouvi-lo amanhã.
Quero chamar por ele amanhã.
E principalmente porque não vou ignorar o que estou precisando. 

Que amanhã? Você sabe a face do amanhã? 
Porque eu desconheço. 
Não sei se chega, 
Não vejo formas.

É tudo cinza. 
Só há uma neblina. 
E eu estou entrando nela de mãos dadas com você.

Se algo te assustar, ou até mesmo, se eu soltar a sua mão por medo
Querido não se arrependa. 
Eu posso sentir a paz que chegará até nós 
E nunca mais iremos nos sentir a sós.

E se houver escuridão após tudo isso
Lembre-se da minha voz
E a ouça dizer que eu estaria sempre aqui por você. 

E que se um dia alguém nos alcançar 
Teremos sempre a quem lembrar.
E sorrir por já conseguir acreditar.


quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Espera

E você espera. Você espera que te olhem e reflitam em você o melhor que podem ser. E novamente espera.
Você espera que o que te mostrem seja realmente o que consiga ver. E você continua esperando. Você espera porque a angústia de esperar é viciante. E a de dar o primeiro passo é assumir o risco de desistir. E é isso que você espera. Você está esperando não desistir. E aí você se pega ficando sempre na espera. Mas, espera, não é pra viver?

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Bifurcação

Eu não fiz esse caminho no qual sigo. Não te sigo no que você caminha A gente se cruzou, bateu de frente e tropeçou um no outro. Mas foi só. Será sempre só que cada um vai caminhar. Lado a lado num trecho ou outro. Numa ruela quem sabe até dê pra entrelaçar as mãos. Num correio deixar uma carta pra quem chegar primeiro poder entender as tantas despedidas dessa vida. Quando chegar, se puder ligar avisando, fique a vontade. Se estiver na estrada observe bem as paisagens para que eu possa enxergar a tua maneira cada pedrinha que você colocou os pés. Sentirei falta de andar com um rumo certo, não duvido. Mas sei que onde eu posso chegar agora vai me limitar a chegar onde realmente pretendo; A verdade é que em cada esquina que viro desisto do destino que tava na próxima, o qual viria se eu tivesse seguido reto. Cada avenida corta uma vida. E a sua vida está entrelaçada na minha, mas, sua avenida não sai na minha rodovia.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Tudo o que você esqueceu que eu já tinha avisado

"Se a gente for lembrar que no começo eu já tinha avisado?
Não, tudo bem, não me arrependo de ter tentado.
Mas já parou pra ler tudo que te escrevi?
Prestou atenção em cada soneto que eu lhe fiz?
Nunca falei de amor por sentir o que era
Sempre deixei claro que nunca o tivera.
Sim, eu quis tentar
Guardei o melhor que pude para lhe dar.
Não dei, não floresceu
Antes mesmo de nascer teve que morrer.
Mas dai você me olhar com tanta raiva no olhar
E esquecer de tudo que viveu?
Não há justiça em ser quem você é,
Ou talvez haja justiça em tentar se perder de quem és
Se isso lhe aproxima do outro do jeito que você sabe que precisa.
Do jeito que você sabe que quer.
Mas a gente se culpa
Porque não há desculpa melhor que essa;
A gente joga a culpa na vida porque ela não vem escrita
Num roteiro de um cineasta qualquer.
E a gente de figuração passa a ser o centro das atenções
E quem é que iria saber lidar?
Trocaria de papel com você, só pra você saber
Como é difícil não saber amar
E até onde isso ainda vai me levar."

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Escadaria

Estava lá no topo pronta pra começar a descer
Minhas certezas escorriam pelos meus dedos
E minhas cicatrizes não me amedrontavam mais.
Esse era o ponto de partida
A hora certa pra deixar o que me fiz pra trás.
Mas olhe só estou com o pé atrás.
Por que você foi tão cruel?
Por que não respeitou os meus degraus?
Subiu aqui tão depressa
E na mesma velocidade se foi, sem pensar no que ficou.
Ei, esse era o meu território e você não devia ter pisado.
Todas as fendas que eu possuo foram exploradas
E agora as minhas histórias parecem todas erradas.
Ei o que você quis aqui? Juro que não te compreendo mais.
E todos os demônios que iriamos expulsar?
Olhe bem, você se tornou um deles
Já pode perceber ao se olhar no espelho?
E quando a minha mente vaga procurando um apoio
Já não tenho mais no que pensar.
E quando o sol não nasce e lá fora só chove
Eu vejo a sua sombra da janela
Sei que me assombro com ela.
Não deveria me afetar
Lembro de achar que você seria o corrimão dessa escadaria
E agora vejo que era parte da tapeçaria
E nela eu acabo de tropeçar.


Maré

Quando menos esperei me arrancaram a boia da cintura 
E eu nem mesmo estava alcançando o chão, 
Não dava pé, era mar aberto.
Me peguei tentando fugir
E me desesperando já que não tinha pra onde ir. 

E todas as mãos que me seguravam quando insistiam para que eu me jogasse? 
E todos os pulos "de cabeça" que eu nunca soube dar? 
As mãos estão me envolvendo pelos calcanhares e me puxando para baixo; 
Os pulos ainda me dão calafrios e eu sempre caio de barriga.. 

Aprendi a nadar ou só a me manter na superfície? 
Em dias tristes vejo a água ultrapassar a altura do nariz
E eu sempre me salvo por um triz. 

Mas por que os meus dias felizes não me dão uma trégua? 
Não me levam a margem? 
Ou me trazem um bote? 

Compreendi que não sou totalmente feliz
E que essa maré está dentro de mim. 
Minha mente é meu satélite natural
Não há chances de ser igual aqui e nem ai. 
Por isso que enquanto alguns se afogam, 
Eu ainda tento acreditar em mim


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Se pudesse, sentiria

"Ah, se pudesse saber como seria bom viver aqui deitada no seu peito enquanto escuto a sua respiração falhar quando tenta manter a afinação da tua voz numa bela canção. Ah, se pudesse provar do seu beijo toda manhã e não desejar me alimentar de nada mais. Ah, se pudesse tornar você dono dos meus pensamentos e fazer dos meus medos um só: de te perder. Faria tudo isso. Me tornaria sua, te aceitaria como meu. Gostaria de poder tudo isso. Gostaria de sentir arrepios, borboletas no estômago, calafrios na nuca e pulsações incontroláveis por alguém. Por você, pra ser mais exata. Mas não posso. Não consigo. Não passaremos de amigos. Sei que dizem que o amor vem com o tempo - não discordo, pois o tempo é o que mais me encoraja a esperar por ele - e que a convivência pode mudar muitas coisas. Só que eu não estou disposta a perder o que tenho de valioso só por vaidade. Tudo que recebo e retribuo é sincero. Não quero iludir, não quero mentir e muito menos, decepcionar você. Parando por aqui nos resta a eterna sorte de termos nos encontrado. Agora se tentar ir mais além, de novo, é um regresso e você acabará odiando ter me conhecido. Vai por mim, aceita esse riso e me dá aqui a mão, amigo."

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Anjo

Mas eu tenho um monte de coisa pra lhe contar.
Só não queria lhe encontrar nesse lugar.
Flores ai se deitam
Sentimentos aqui se ajeitam
No peito há conturbadas incertezas
Na escuridão a saudade se deita.
Bom saber que eu vivi
Ruim é sentir que teve fim.
Nunca irei me esquecer
Das palavras doces que se referem a você
Há tempos em que eu queria aqui deitar
Para seus braços novamente encontrar.
Matar essa saudade
Sem precisar morrer
Era tudo o que eu gostaria de poder fazer.
Meu anjo está calado
Num cemitério acorrentado
Ei anjo não posso aqui voltar.
Aqui não é nem o meu, e nem o teu lugar.
Guardarei em mim o quanto foi bom lhe ver
E partirei agradecendo a chance de ter lhe visto viver.


Todo dia eu lembro de você. Todo dia eu gostaria de ver você. Há uma saudade que não consigo controlar e em todas as noites que eu ainda vou chorar sei que pela manhã serei feliz por saber que soube lhe amar.

Saudade, saudade e saudade.
Amor, amor e amor.

Te amo Weliton. Te amarei pra sempre melhor amigo.

Obs: Você não está no cemitério acorrentado - escrevi isso porque o sentido do texto me pediu. Você é livre pra morar em todos nós que lhe amamos. Mais um te amo porque nunca me canso.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Lá se vai

Eu soltei a sua mão quando deveria apertá-la
Eu corri pro Sul quando o Norte me chamava. 
Mas meu bem , posso jurar
Quase senti. 
Vi de perto o amor
Mas preferi me omitir. 
Lá se vai o pássaro com a paz e tormenta que não conheci.
Lá se vai aquele que era o melhor pra mim.

Se chamar você volta? 
Se voltar, será que fico? 
Cansado de indecisão
Sei que deveria ser mais precisa 
Mas é que quando vejo me vem um receio
Penso logo no que me dá medo
E esqueço dos meus reais desejos.

Mas se eu disser que queria mesmo sentir
Meu amado, só seria por ti. 
Sentiria-me infinita
A rosa mais bonita desse jardim.
Se eu chamar você traz de volta, 
Tudo que plantou em mim?

Lá se vai o pássaro levando tudo que é florido;
Lá se foi a sorte de um amor correspondido.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

Preocupante

Eu sou uma dessas pessoas que quando alguém lê o que escrevo, meio que se preocupa comigo. E isso é preocupante.

Mas, relaxem, é de mim.

Acho complicado.

É complicado ser sozinho nesse mundo onde as pessoas dão as mãos.
É muito complicado de entender o porque você não consegue simplesmente entrelaçar os dedos.
Eu penso que seja pelo fato de entrelaçá-los e, se sentir ainda mais sozinha. Ainda mais pela metade.
Acostumei, não se preocupe. Quem sabe amanhã, desacostume? Vamos esperar pra ver.

Acho fácil.

É fácil chorar todos os dias antes de dormir afinal, quem não tem um chefe mala, um amigo que está com problemas, uma pessoa doente, um parente que se foi, ou, um amor que não correspondeu?
Chorar é fácil e rotineiro. E sem dúvida, lava a alma - depois de afogá-la, mas, lava.

Acho difícil.

Difícil é sorrir.

Acho difícil e acho fácil.
Sou uma confusão só.

Não, sorrir não é difícil - de forma conclusivamente passiva. Posso dizer isso porque já cansei de sorrir - de verdade - em momentos que me sentia muito triste.
Sorri com uma criança que desceu correndo do ônibus e ajudou a avó a descer a sacola que estava pesada e, sorriu pra mim.
Já sorri por ajudar uma senhora a carregar uma sacola por meia quadra e ouvir ela me dizer que eu era um anjo.
Já sorri quando estava no ponto de ônibus e fui pega desprevenida pela chuva e uma moça me chamou para debaixo do seu guarda-chuva.
É muito fácil sorrir com gentilezas.
É muito fácil se sentir útil sendo e recebendo gentileza. É puro. É desintoxicante. É raro.

Acho que difícil mesmo é manter o sorriso. Difícil mesmo é conseguir manter aquela fagulha, que é o motivo do sorriso, acesa quando ventos querem transformá-la em brasa: num sopro virando cinzas. Mas, é como uma fala do filme "O príncipe da Pérsia" diz: Difícil, mas, não impossível.

Pois é.

Há solidão,
Há companhia.
Há desamores,
Há amores.
Há tristezas,
Há alegrias.
Há morte,
Há vida.

Há vida? Então porque não se vive? Preocupante isso ai...

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Eu vi

Vi a garota no filme sofrer porque iria morrer e estava vivendo o hoje, mas, desejando o amanhã.
Vi o garoto se machucar e se curar na mesma velocidade por amar a mocinha.
Vi o irmão perdoar o outro e serem novamente uma família.
Vi o tempo passar e curar todas as feridas.

Mas, vi o que foi escrito para acontecer através de pessoas: escritores e roteiristas.
Diretores guiando os passos e atores conseguindo deitar a cabeça no travesseiro e sonhar com a próxima cena que é, no minimo, já esperada - boa ou ruim: esperada.

Eu gosto tanto quando vejo um filme ou leio um livro e penso "Nossa! Não! É bom mas....". Isso me tira um peso e me faz acreditar que foi real aquilo. Que feliz ou triste, aquele era o final da história. Pertencia a ela apenas. A história nasceu pra isso. Isso me encanta, me põe a cabeça nas nuvens e me mantém de pé no chão. Gosto do inesperado mais do que o premeditado. Só não sei o porque premedito tanto. Fico medindo as palavras, disfarçando os meus reais medos, botando pra fora metade de mim, e, me afogando na metade que é tempestade, que me transborda.

 Eternos conflitos.

Quero chorar, mas, vou sorrir.
Quero falar, mas, vou guardar.
Quero gritar, mas, vou calar.
Quero fazer, mas, vou sentar aqui.
Quero errar então vou me redimir.
Quero viver, então quase morri.

E você,
Consegue "se dirigir"?

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Pior cego é aquele que não quer ver

"Quando enxergo por baixo dessa tua máscara e,
Suas garras me perfuram o coração,
Eu posso ver querido, tudo desmorona ao meu redor
E tudo que ouvimos é o eco de tudo que caí bem aqui dentro
Não seja tolo, estamos no chão
Você é capaz de largar minha mão e cair sozinho?
Você é capaz de voar sem mim?
Você está sendo tolo, é tudo o que eu quero te fazer perceber.
Todos os mesmos erros rotineiros
Todas as mentiras que me diz para que eu durma tranquila.
Está tudo errado e elas não me tranquilizam mais
E eu já nem posso evitar suas garras
Você me fere com o olhar
E eu estou tentando apenas ser cega sobre isso
Mas querido, estou me sentindo igualmente tola"


Meados de 2011, há coisas que já foram superadas antes.


sexta-feira, 12 de julho de 2013

Distante

Nunca fui capaz de deixar alguém entrar.
Não tenho essa chave e estou trancada do lado de dentro.
Você parecia capaz de arrombar a porta mas,  preferiu o apartamento da frente.
Que sejam felizes. Lhe enviarei cartas contando o quanto os meus novos quadros são bonitos e em como eu levo a vida de forma bem alternativa. Lhe contarei da saudade que eu sinto de sentir e, sorrirei com suas respostas que nunca chegarão.
Aproveitarei bem a vida aqui, no meu porão.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Perdendo os sentidos: ganhando vida

E todas as vezes que chorei quando queria sorrir?
E todas as vezes que foram ao contrário?
E todas as vezes que senti e tive medo?
E todas as vezes que senti medo dessas vezes em que senti? 
E quantas vezes não senti e isso era o suficiente?
E quantas vezes o suficiente foi tudo que senti?
Minha cabeça tem um nó que não consigo desatar.
Talvez precise que alguém me ajude
Mesmo achando que, não deveria precisar. 
Quando vejo todos os rostos que transmitem amor verdadeiro,
Me sinto uma ilha: rodeada e só o que resta é, explorar o interior.
Só que não sei se me resta essa saída.
Cada vez que chego mais fundo de mim
Mais fujo de mim.
Mais finjo a mim. 
Sou perigosa sozinha.
Embora ache que a companhia não mude isso.
Ainda seria capaz de ferir alguém,
Assim como sou capaz de ferir a mim.
Eu acho que deveria sorrir ao primeiro sorriso mas,
Acho que esse sorriso deveria vir mais facilmente.
Mas, e se eu sorrisse primeiro?
O outro poderia me acompanhar apenas, sorrindo de volta?

Por onde andei? No que acreditei?
Tudo que eu sempre quis parece estar caindo por terra. As convicções do que era melhor estão agora, parecendo ser apenas uma fuga. E eu pareço estar cansada, ofegante demais para seguir fugindo.
Mas, ainda não sinto que aqui é o meu lugar e que essas pessoas são as certas. Eu só queria, um único dia que fosse, me sentir bem aqui. Me sentir daqui. Me sentir de alguém. Me sentir de mim.

Enquanto eu corro aos tropeços, anseio por um borrão lá na frente, com as mãos estendidas fazendo sinal de fim da linha. "Pare. Você chegou. Demorou mas, encontrou o que estava lhe esperando. Encontrou o que lhe foi guardado esse tempo todo. Toma, teu coração tá aqui. Vá em frente. Enfrente. E dessa vez, sem armadura e escudo. Essa luta não carece dessas armas"





  

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Tudo uma bobagem, mera ilustração

Eu pensei que não poderia escrever sem sentir,
Nem falar, sem pensar;
Nem agir sem querer;
Nem mentir pra viver.

Achei que já que tinha pouco a acrescentar, deveria parar de insistir.
Mas lembrei que as ondas são menores que o mar e que, mesmo assim
Fazem ele ir e vir, repensando onde se expandir.

Não pude fazer você sentir o que tinha planejado mas,
Fico feliz em saber que tive, amado.


sexta-feira, 28 de junho de 2013

Fui, me deixei por aqui

Houve um tempo que eu só passei pela vida. Que nada fazia, nada dizia e nada sentia.
Lembro-me desse ser o pior período que já vivi. 
Coisas me afetavam, pessoas me magoavam e eu só dizia "ok, está tudo bem" 
E não estava. E não ficaria.
Eu demorei pra aprender a lição. 
Eu demorei pra andar na contramão
Demorei mais ainda pra me ouvir.
Mas agora acabou. Não só estou ouvindo, como também estou falando. Estou sentindo.

Descongelei.
Não sinto mais dormência.
Já consigo retirar as mãos do meu pescoço, já não permito que eu mesma me sufoque.
Já consigo ouvir um coração pulsando e uma voz me chamando.
Eu estou finalmente encontrando comigo mesma.
Estou descobrindo quem realmente sou e, notando que não há mais conflitos a repeito disso.

Descobri
Que posso errar porque, todo mundo faz isso.
A diferença é que preciso sempre querer acertar.
Preciso colocar os meus medos no lugar deles
E deixar que os meus sonhos assumam o controle.

Desisti
De tudo que tentou me impedir de chegar aqui.
De tudo que de alguma forma, segurou os meus pés quando tentava seguir em frente.
De tudo que não me cabe mais acreditar.
De tudo que não consigo mais controlar.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Não sei ao certo onde lhe cabe

Corríamos de todos. Eu sentia a areia pinicar a minha pele. Era noite e você levava uma mochila nas costas e me puxava pela mão. Meus cabelos voavam com o vento e eu me sentia distante de todos menos de você. Por um momento senti como se fosse dar certo. Senti mesmo, posso lhe jurar. Senti que era a hora certa pra deixar alguém entrar. Pra viver um pouco mais. Por um pouco mais, eu diria. Nós sorriamos e acreditávamos que íamos longe. Que estávamos realmente longe daquela realidade inventada, dos poucos sonhos, dos poucos amores e da pouca esperança no olhar que eles carregavam. Estávamos tão próximos do eterno que nos demos conta, assim de repente que ele não existe. Demos conta de que estávamos levantando voo, sem asas. Que era apenas o vento que nos dava essa sensação de alivio, leveza e vontade de se deixar levar. Foi uma ventania de fim de noite que pela manhã virou brisa gelada o que, não impede que venha tempestade por ai. 

Não sei se sonhei ou acordei com tudo isso. Só sei que se pensei, foi porque senti. 

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Suavidade

Tô precisando de saudade.
De suavidade
De sorrisos bobos ao ler mensagens.

Tô precisando de espaço
De suavidade
Porque não me cabe só ser saudade
Preciso ser lembrada;

Tô precisando me soltar
Tô precisando de suavidade
Pra mostrar pro mundo que
Saudade é a tua metade
Louca pra te completar.

Suavidade é aquela verdade
Que eu tô louca pra contar.
E sei que só você
Pára pra me escutar.


quarta-feira, 19 de junho de 2013

Existem mais de mim

E então é desesperador. É desesperador ver que não há cura. Que eu vou ter que lutar contra isso todos os dias da minha vida como se fosse uma doença terminal. Doença...seria isso uma doença? Não sei, talvez uma depressão? Mas não me sinto depressiva pois, não perdi vontades e nem me sinto incapaz para realizar nada. Mas eu sinto como se fosse na alma. Que é lá que está o problema. Que é lá que existe uma fenda escura da qual não consigo sair. Meus sentimentos ruins estão presos lá e, eu não consigo aparentar nada mais do que gentiliza aos outros. Mas não quero ser gentil diante de certas coisas. Eu quero gritar! Eu quero apontar o maldito dedo na cara e dizer que sim, eles estão errados e assim não vai funcionar! Então, por que só consigo dizer o que eles querem ouvir? Por que eu faço isso e me sinto uma pessoa horrível depois? Não sei. Simplesmente, não sei.
Eu caminho sozinha com meus próprios erros e poucos acertos. Eu fico pensando depois de ter dito e, choro depois de perceber tudo o que eu perco ao ser assim. Eu choro por ter feito de mim mesma um oceano de compaixão para com os outros e, a mim mesma, ser um poço: escuro e muitas vezes vazio.
Eu acredito que esteja em um barco que poucos conseguem navegar. Alguns atracam e descem na ilha mais próxima porque não conseguem conviver assim. Outros desistem e se atiram em águas tortuosas e vão de encontro ao nada. Eu continuo porque sei que isso é o certo a fazer e que, talvez ao chegar no fim disso tudo, haja um arco-iris depois de tantas nuvens e, eu encontre o porto certo para baixar âncora.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Deixar de ser

Quando olho pro céu e não o vejo azul, sei que começou.
Começou tudo de novo, de novo.
Me pergunto quantas vezes terei de ir e vir por esse mesmo caminho.
Me pergunto se já passei por alguma saída que, me foi passada despercebida.
Não quero estar aqui e nem assim.
E se for pra ficar, que não seja assim.
Eu estou me esforçando.
Juro que estou.
Mas as vezes não se pode exigir demais a toda hora.
Não de alguém que já dá o "demais" dele todo dia.

Parece injusto, eu sei. Não digo que não é e, sei que é mesmo.
Mas continua ai, tentando.
Vai buscar uma saída (sim, de novo).
Se eu pudesse e soubesse onde fica esse beco, iria até ai.
Mas isso me foge do alcance e me deixa até meio triste.
Porém, fico feliz de saber que posso te encontrar fora dele.

E queria sentir que você quer sair.


segunda-feira, 3 de junho de 2013

É isso

Olho o quão longe cheguei e não consigo evitar um sorriso torto. Achei que fosse bem menos que tudo isso que eu sou. As vezes não acredito em tudo que fui capaz de deixar e superar. As vezes nem consigo acreditar que isso é real. Estive confusa desde que levantei mas, percebo que descobri algo que me fez espremer os olhos, atenciosa. Sentei na cama com calma e me encolhi. Tudo foi real. Eu tinha desistido de mim ontem a noite. Eu tentei desistir de tudo. Mas, o que me salvou? Quem me trouxe de volta? Não me recordo. Não consigo me recordar de nada. Só lembro de me sentir queimar por dentro. De estar ajoelhada   vomitando no banheiro e de não conseguir ouvir nada além dos meus próprios pensamentos negativos. Mas quando achei que já era, escutei uma voz. Essa voz se sobressaiu a minha voz negativa. Ela me dizia para olhar em frente e seguir na mesma direção. Mas de quem era aquela voz? E por que, só ela me resgatou? Por que ela não me disse tudo isso antes? Então senti meu peito queimar e percebi que aquela voz era minha. E que vinha dali, de dentro de mim. Então tudo clareou. Eu pude sentir algo bom. Eu sou o meu lado bom. E mesmo que haja inúmeras coisas ruins no meu lado bom, ele existe. E isso é o que faz toda a diferença. É isso que me salva. É isso que evita que eu me torne igual ao que eu detesto. É isso que me faz prosseguir nessa vida. É disso que eu preciso.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Passáro

Você já reparou o quanto somos livres? Claro que já! Você fala de liberdade quase todo o tempo. E eu sorrio. Só rio. Ah como você parece um pássaro. Que voa, voa e voa. Não sabe pra onde ir mas, sabe que não deve voltar  por onde veio. Você diz ter me revelado quem é mas, como você consegue ainda não fazer sentindo?

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Onde chegarei?

Abri os olhos com um certo receio. Minha cabeça estava latejando e meus olhos pesados. Não me recordo como adormeci ontem a noite, só lembro de me olhar no espelho e desmanchar em lágrimas. A noite exigiu muito de mim, assim como o dia que se passou. Como pude fraquejar a esse ponto? Como pude implorar por uma trégua? Como pude esquecer o porque lutava? Talvez tenha chegado ao meu limite. Ou apenas, batido outro recorde - daqueles que eu sempre bato dizendo não aguentar mais, porém, levantando no outro dia. Meu corpo está rígido e os flashes são confusos. Olho o teto e se passa um filme, com partes aleatórias, do dia de ontem. Percebo tudo o que se passou e o que fiz a mim mesma. "Tomei uma injeção de rigidez" pensei. A armadura está quase completa. Logo não existirá dor física. Estou próxima do caminho, tenho motivos para acreditar nisso. Só que o que eu gostaria mesmo de saber, é onde eu estou querendo chegar com isso de não sentir. Onde tudo isso vai me levar. E, principalmente, se eu vou achar o lugar bonito.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Faça causa.

Há quanto tempo não faço isso, não é mesmo?
Há quanto tempo, não sou mais aquilo?
Na minha voz há uma urgência,
No meu peito há mãos que me impedem de lutar.
Hoje já nem sei se ouço os gritos que me chamam
Hoje não sei se ainda chamo por alguém.

"Estão todos quebrados"
Grita o homem á frente da multidão.
"São rebeldes sem causa"
Grita a moça, de espada na mão.

"Quebrados estão todos nós"
Gritou um homem ao se levantar.
"Pois não nos sentimos inteiro, mesmo nos sentindo um só"

Esse homem se ergueu do mais profundo abismo,
Mas, de lá, não veio vazio.
Trouxe histórias para contar.
Trouxe argumentos para lhe fazer mudar.

Não faça da sua causa, um caso a parte.
Dê a ela a importância,
E não esqueça da relutância
De muitos que não sabem
Onde o mundo tende a parar.
Seja um homem, com histórias para contar.